terça-feira, 19 de outubro de 2010

metalinguagem ou análise pseudo-crítica?

Hoje me deu vontade de escrever. o estranho é que das outras vezes em que eu senti isso consegui encontrar um assunto e dissertar sobre ele, mas hoje não. pensei em escrever sobre relacionamentos em geral, mas isso é algo que preciso tratar com uma pessoa em especial e não tem porquê colocar isso aqui (pelo menos antes de conversar com ela, talvez outro dia). pensei em escrever sobre meu mais novo gosto: ler. pensei em falar sobre comida, pois acredito que estou bastante apto a tal tarefa, mas nenhum desses assuntos realmente me incitaram a escrever, não cheguei a escrever nem a primeira palavra do post usando um desses temas. aí me veio a "brilhante" ideia de fazer uma metalinguagem do blog ou uma análise pseudo-crítica, aí eu me pergunto: "se é uma análise pseudo-crítica é uma metalinguagem?" bom, deixo a resposta disso para aquelas pessoas que realmente entendem a língua portuguesa e que são verdadeiramente inteligentes. seguindo agora para o que me propus a fazer... acho que o coerente seria fazer um breve histórico: eu criei esse blog em um momento que comecei a me interessar por diversos blogs por aí (Capinaremos, Não intendo, Tolices do Orkut, etc etc), mas o desfiz pouco tempo depois, porque não tinha o que escrever, nem seguir o mesmo caminho desses blogs que citei, pois não tenho capacidade de fazer um trabalho tão bom quanto aqueles blogueiros. aí um dia uma amiga minha me cobrou o blog e me disse que seria legal essa experiência. um tempo depois reativei o "Eu ri" escrevi o primeiro post que era meio pretensioso e desconfiado. o segundo post foi quase uma crônica poética. depois disso segui para um caminho meio produtivo e ao mesmo tempo perigoso, comecei a pegar coisas que me inquietam e a falar sobre elas. por que produtivo? porque geraram post até interessantes, só que meio rasos. por que perigoso? porque são assuntos inquietadores que se relacionam com coisas muito pessoais e acabo por me expor um pouco (como no post passado). qual a vantagem disso tudo? qual o objetivo disso tudo? será que um dia serei escritor? (não que essa seja minha pretensão, mas admito que seria interessante... lembrei de um pensamento do Rubem Alves e vou colocá-lo no fim do post) chego à conclusão de que se não escrever sobre esses assuntos não vou fazer um post de qualidade. por exemplo, o post que eu falei sobre vaidade não é tão bem escrito, não é tão interessante quanto os outros que escrevi... aí o pior de isso tudo é sentir vergonha desses outros posts. há um conflito tão grande na "minha programação" nessas horas e eu sei que o problema está em mim, em como vejo toda essa situação. 
só espero que esse texto todo não tenha ficado confuso ou infantil, ou ainda, imbecil hehe


"Saudade inexplicável", Rubem Alves
"Velhice é saudade. Isso explica que haja jovens e mesmo crianças que, tendo vivido só um punhadinho de anos, já são velhos. É que a saudade pode florescer já nas manhãs... Percebi, então, que a velhice não era coisa nova. Ela tinha morado sempre comigo. Eu tinha saudade sempre, mesmo sem saber do quê. Saudade sem saber do que pode parecer contrassenso, pois a saudade é sempre saudade de alguma coisa: de um rosto, de um lugar, de um tempo passado. Você nunca sentiu isso? Uma saudade inexplicável de algo que não sabe o que é? A saudade aparece, então, como tristeza no seu  estado puro, sem objeto. Quando você sentir isso, não se aflija. É que seus olhos estão andando pelos bosques misteriosos onde nasce a poesia. São os bosques da saudade. Todos os poetas já nascem velhos."
 

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Tudo certo como 2 e 2 são 5

São 0h50 e estou sem sono, não é bem sem sono, mas com preguiça de ir dormir (sim! preguiça de ir dormir!). muitas coisas estão acontecendo na facul, não me incitam muito, mas me afetam. nossa situação pode ser caracterizada como fudida, mas sei lá, não sei por quê da minha falta de implicação com isso e também não sei por quê ainda continuo indo à assembleias e discussões sobre o que está acontecendo, me mantenho quieto o tempo inteiro e no final colaboro com o que está acontecendo e tenho que ouvir a mesma coisa umas três vezes. eu sei que como está não pode ficar, mas esses são sentimentos que eu não encontro origem. me veio na cabeça nesse momento que minha atitude é de quem vai lá, bate cartão (ou seja, mostrar presença) e vai embora quando tudo acaba. queria poder conseguir fazer minha escolha (seja ela qual fosse) e seguir com ela até o fim, eu acredito que consigo isso em coletivo, mas individualmente não. talvez meu problema com a faculdade ultrapasse a questão estrutural, de permanência e etc. meu problema com a faculdade é o curso que eu escolhi, pensei tanto no curso psicologia, quanto no meu curso de vida mesmo nesses três anos. hoje me perguntaram se eu indicaria para uma pessoa para fazer psicologia e minha resposta foi aquela típica de um "psi" 'depende'. eu acho que uma pessoa que segue para esse curso com ideias muito quadradas e esteriotipadas de atuação não vai se dar bem, pelo menos nessa faculdade que estou, acredito que essas pessoas têm que estar preparadas para uma desconstrução quase feroz do seu pensamento e saber ignorar isso caso não faça sentido com suas metas. eu não entrei com essa mentalidade, meu caso foi pior, eu não sabia o que queria, não sabia nada concreto sobre o curso, mais ainda, sobre a profissão e desde o primeiro ano eu sigo um caminho que alguém faz, ou  seja, esgueiro um caminho, porque este não é meu. parece que quero associações prontas [Foulcault e Deleuze, Freud x Skinner e todas essas dicotomias (ou não)] e o mais potente é criar o próprio caminho porque o caminho de alguém não diz respeito a você no sentido de não ter uma relevância com seus anseios, vontades e assim por diante. o problema que se apresenta é que os dias passam e eu não encontro um ponto de identificação, aquela matéria que te incita a ler mais sobre o assunto, questionar o professor e trazer perguntas que não sejam local comum, mostrando uma facilidade com o tema, uma capacidade de ir além. creio que vou finalizar o curso e talvez fazer outra coisa um dia se sentir necessidade, uma coisa tenho quase certeza: ser docente é o meu futuro (pelo menos é o que vejo de comum nos diferentes caminhos que vigio os outros seguindo - o que eu quis dizer é que independente de qualquer caminho que vislumbro - ex.: psicanálise, psico das intituições, psico social, fenomenologia etc etc -  em algum ponto me vejo dando aula), o que me preocupa é o fato de que antes eu sofria menos, remoía menos o sofrimento, não peço nem pena nem desprezo, pois acho que esta é uma vivência a qual estamos suscetíveis; a psicologia abre sua cabeça para uma forma de pensamento da qual não há retorno, tem que se aprender a administrá-la. agora são 1h21 e estou terminando de escrever e ainda tenho preguiça de ir dormir, não sei se não quero que o amanhã chegue ou se quero manter esse momento por mais tempo, enfim "perguntas sem respostas".

às vezes tenho saudade dos problemas de matemática...