segunda-feira, 13 de junho de 2011

"Promises"

"A ti muito foi prometido
mas não alcançaste
o que te era requisito.

Ao contrário,
preferiste o profano,
a queda,
aquilo que é mais humano.

Mas em tuas quedas
aprendeste a ver a luz
e a emergir novamente
para aquilo que te conduz.

Hoje eu aprendi
que minhas promessas
eram supérfluas.

Agora amo o que tu és:
filho da luz,
humano,
mas filho da luz."

sexta-feira, 10 de junho de 2011

"Profundezas"

"Há quem diga
que os olhos são as janelas da alma.
Para mim, são mais que isso,
são abismos cuja vertigem me chama.

Parece que guardam muitos segredos
[em suas profundezas;
E cair nesses abismos seria sem fim,
em uma busca ilimitada
por algo indefinido,
por um sentimento perdido,
por um momento esquecido,
por um afeto ansiado,
por um coração disciplinado,
por um amor incurado,
por uma esperança infinita,
por uma felicidade incontida,
por uma saudade resolvida,
por uma vida cumprida.

E quem sabe, depois disso tudo
chegar ao âmago e de lá
fazer tudo que é possível para voltar."

terça-feira, 7 de junho de 2011

Objetos presenciosos

É engraçado como os objetos simbolizam a presença de alguém. e quanto mais peculiar é o objeto, mais próximo de você parece estar certo alguém. tem uma palavra conhecida por "memento" e ela significa 'lembrança, recordação, memória, aviso'. em inglês essa palavra tem a mesma grafia, e a impressão que ela me passa é a de que essa palavra se relaciona com algo que É da pessoa, que a caracteriza de tal maneira que essa palavra (memento) é usada em relação a alguém 'a memento of...'. seguindo agora em outra direção, dependendo do contexto, o fato de os objetos simbolizarem a presença de alguém acaba sendo uma situação triste, pois é a presença na ausência, como se a gente tivesse acesso apenas a um pedaço de alguém, mas não um pedaço de carne e sim um pedaço de sua essência (de sua presença). nessa hora vem em minha mente  um óculos em cima da mesa; aquele quarto que não é desmontado; ou ainda uma cama desarrumada. e depois de escrever isso tudo, me veio uma imagem na cabeça que exemplifica toda essa situação: uma criança acorda de manhã. ela chega na sala e vê em cima da mesa o jornal aberto com uma xícara de café ao lado e no chão, um par de chinelos de dormir à frente da cadeira (que está um pouco afastada). a criança chama pelos pais, mas não tem resposta, ela fica um pouco nervosa, achando que está completamente só. a criança segue para o quintal e vê seu pai e sua mãe montando-lhe uma bicicleta, então a criança vê que será um bom domingo!