quinta-feira, 27 de outubro de 2011

"Partida"


"Me deixa ir!
Me deixar ir.
Se deixar ir...
Partida e encontro,
nem sempre,
fazem parte da mesma equação.
Às vezes um existe sem o outro."

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

"E são tantas marcas que já fazem parte do que sou agora, mas ainda sei me virar" ♫


Marcas

Trago marcas em meu corpo
que me lembram o que nunca esquecerei.
São tatuagens, cicatrizes, machucados e feridas.
Que simbolizam
pessoas, lugares, dias, momentos, amores, saudades...
E quando as olho
vejo o quanto cresci, me desenvolvi; e mais que isso, sobrevivi.
Por mais diferentes, feias ou profundas que sejam
essas marcas são parte de mim, da minha história e formam o que sou hoje.
Muitas delas foram dolorosas de adquirir,
mas ninguém nunca disse que crescer seria fácil.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

terça-feira, 23 de agosto de 2011

"Retorno"

"Volto desta viagem de terras distantes
Com os pés cansados e feridos
Terra de seres estranhamente civilizados
Que constroem ilusões e sentem-se realizados
Que agradecem a Deus no final do ano!
Que recebem o salário no final do mês.
Que se cansam no final de semana!
Que criam leis todos os dias!
Que querem amar, mas não amam!
Que se trancam nas casas, nos apartamentos,
                                                 [nas caixas, no tórax
Que te olham de soslaio nas ruas...

Volto assim... De caminhos errantes,
Com o coração e a razão em conflitos.
E como quem aprendeu algo
Não pronuncio palavras para ouvidos desatentos.
Deixo o silêncio para quem puder ouvir.

Volto desta viagem que não fiz dentro de mim.
Volto para o começo, como quem vem do fim.
           Do fim do mundo!
           Do fim do tempo...
           Do fim do filme!
           Do fim do amor...
Volto para o começo
Com o coração e a razão sem conflitos."

Thales Pereira (Divino Verbo Amar)

*grifo meu ^.~

terça-feira, 16 de agosto de 2011

"Eu não moro mais em mim"

Tomo esse verso de Adriana Calcanhoto para introduzir (ou entitular) o seguinte:

Jogado para fora de mim. e fora de mim não me vejo, não me reconheço. tudo que me era seguro se fragiliza. como se o que me rodeia fosse feito de vidro. em um equilíbrio tão frágil que o mínimo toque trinca a estrutura, desembocando em uma explosão de poeira brilhante.

domingo, 17 de julho de 2011

"Motivo"

"Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.


E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada"


Cecília Meireles

segunda-feira, 13 de junho de 2011

"Promises"

"A ti muito foi prometido
mas não alcançaste
o que te era requisito.

Ao contrário,
preferiste o profano,
a queda,
aquilo que é mais humano.

Mas em tuas quedas
aprendeste a ver a luz
e a emergir novamente
para aquilo que te conduz.

Hoje eu aprendi
que minhas promessas
eram supérfluas.

Agora amo o que tu és:
filho da luz,
humano,
mas filho da luz."

sexta-feira, 10 de junho de 2011

"Profundezas"

"Há quem diga
que os olhos são as janelas da alma.
Para mim, são mais que isso,
são abismos cuja vertigem me chama.

Parece que guardam muitos segredos
[em suas profundezas;
E cair nesses abismos seria sem fim,
em uma busca ilimitada
por algo indefinido,
por um sentimento perdido,
por um momento esquecido,
por um afeto ansiado,
por um coração disciplinado,
por um amor incurado,
por uma esperança infinita,
por uma felicidade incontida,
por uma saudade resolvida,
por uma vida cumprida.

E quem sabe, depois disso tudo
chegar ao âmago e de lá
fazer tudo que é possível para voltar."

terça-feira, 7 de junho de 2011

Objetos presenciosos

É engraçado como os objetos simbolizam a presença de alguém. e quanto mais peculiar é o objeto, mais próximo de você parece estar certo alguém. tem uma palavra conhecida por "memento" e ela significa 'lembrança, recordação, memória, aviso'. em inglês essa palavra tem a mesma grafia, e a impressão que ela me passa é a de que essa palavra se relaciona com algo que É da pessoa, que a caracteriza de tal maneira que essa palavra (memento) é usada em relação a alguém 'a memento of...'. seguindo agora em outra direção, dependendo do contexto, o fato de os objetos simbolizarem a presença de alguém acaba sendo uma situação triste, pois é a presença na ausência, como se a gente tivesse acesso apenas a um pedaço de alguém, mas não um pedaço de carne e sim um pedaço de sua essência (de sua presença). nessa hora vem em minha mente  um óculos em cima da mesa; aquele quarto que não é desmontado; ou ainda uma cama desarrumada. e depois de escrever isso tudo, me veio uma imagem na cabeça que exemplifica toda essa situação: uma criança acorda de manhã. ela chega na sala e vê em cima da mesa o jornal aberto com uma xícara de café ao lado e no chão, um par de chinelos de dormir à frente da cadeira (que está um pouco afastada). a criança chama pelos pais, mas não tem resposta, ela fica um pouco nervosa, achando que está completamente só. a criança segue para o quintal e vê seu pai e sua mãe montando-lhe uma bicicleta, então a criança vê que será um bom domingo!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Caminhando...

Hoje foi um dia estranho. muito cansativo, mas fiz pouca coisa. a melhor parte do dia foi voltar (a pé) para casa. e aqui em Santos deu 20h, as pessoas TÊM que sair de casa para caminhar. e nesse meu "passeio" fui ouvindo música, claro, e olhando ao meu redor. é engraçado como à noite o mar parece um breu só, praticamente um abismo, e é uma grande desvantagem que, por causa dos carros, não consigamos ouvir o barulho das ondas na praia. eu acho que é um espetáculo as luzes dos navios (que não podem se encaminhar para o porto e ficam ao longe à deriva) no horizonte, elas dão a ilusão de que se tratam de cidades. como se não fosse o mar, mas um lago e quando pegássemos uma barca para nos dirigirmos à outra margem chegaríamos a uma vila ribeirinha, onde todos se conhecem, todas as luzes estão acesas, pois todas as noites as pessoas que ali residem se reunem para conversar, ficar de olho nas crianças que brincam, contar histórias da mãe d'água, do boto, saci pererê e assim por diante. em especial, uma mulher está à frente de seu casebre, com uma blusa vermelha de cetim com flores e uma saia preta, olhando o que se passa na frente de sua casa, enquanto espera a comida que ela prepara no fogão ficar pronta. ela lembra o seu cansativo dia de trabalho e pensa o que ainda espera naquele dia: servir a comida, lavar a louça, colocar os filhos para dormir e depois poder se deitar ao lado do marido e por fim descansar. nesse momento ela vê seu pai, já velho, contando as mesmas histórias para as crianças, que têm seus olhos vidrados no velho que lhes narra uma fábula. a mulher percebe que a comida já está pronta, ela desliga o fogo e ao invés de preparar a mesa de jantar, ela se senta lá fora para ouvir atentamente seu pai, junto das crianças. nesse momento ela olha para o lago e imagina como seria se ao invés de um lago, ali ficasse o mar. ela logo se arrepende da ideia, pois não teria mais a possibilidade de ver à noite as luzes do outro lado do lago, que indicam a presença de outras pessoas e que apesar de estarem longe, parece que ela as conhece, pois afinal, todas as noites ela observa sua existência, evidenciada pelas luzes.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

"Uh, uh, uh, que Beleza"?!


Às vezes me pego pensando no que nos faz achar uma pessoa bonita, atraente. aí eu me pergunto o que é a beleza. achar uma paisagem bonita é uma coisa, mas achar um rosto bonito é outra. o rosto é um amálgama de coisas: nariz, boca, olhos, sobrancelha, testa, cabelo, queixo, bochechas e tem aquele “toque final” das orelhas (não vou nem tocar no assunto de bigodes e barbas). quando paro para pensar sobre isso me parece estranho essa classificação que fazemos dos rostos das pessoas. é uma incógnita tão grande que me dificulta escrever. o que não me cabe na mente é o fato de uma unidade anatômica (o rosto) ser “bonita” ou “feia”. mesmo seguindo nessa linha de “pensamento desconstrutivo” eu ainda exerço essa classificação, não consigo me desvencilhar disso. quais os mecanismos cerebrais que se relacionam com isso? [memória?] nós não somos treinados para isso, na minha concepção é inerente a nós. será que é devido ao instinto de perpetuação da espécie? mas a “beleza” é fator importante na perpetuação? o fato de ser uma pessoa que se mostra uma boa reprodutora e que cuidará da prole não é fator suficiente? para que então esse artifício de classificação dos rostos? “escolher um(a) parceiro(a) atraente” é algo que fazemos por consequência desse maquinismo que temos e não sua causa. enfim, não tenho nenhuma resposta (talvez eu deva conversar com um(a) antropólogo(a)).

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Como deve ser uma tarde em Itapuã?

Ideias a mil, cabeça que não para de pensar, corpo que pede descanso. será que todo final de semestre tem que ser assim? por causa da greve, descansamos antes do final do semestre chegar e agora que ele chegou de fato o cansaço é o mesmo, é como se não tivessemos tido férias. então, não é uma questão de ser fim de ano, de o natal estar pra chegar ou qualquer outra coisa, o problema é que fim de semestre é algo que nos drena. eu fiz uma viajem muito boa em dezembro e me sentia energizado para o ano que chegava, mas parece que toda a energia se foi. ainda bem que não fiz "promessas de ano novo", porque seria mais um fator que me abateria (não cumprir essas promessas é algo muito frustrante). eu me preocupo em como as coisas serão de março em diante (o sétimo semestre vai começar), porque, sinceramente, não acredito que essas três semanas sem aula serão descanso suficiente. acho que o problema é outro, o cansaço é um sintoma, o esgotamento deve ter outros fatores que, junto do cansaço, o fortalece. hoje recebemos uma folha na qual havia a prova escrita de um dos módulos que cursamos (o professor entregou as questões hoje e nós escreveremos oficialmente a resposta somente na sexta que vem) e quando li as perguntas pensei "que prova longa! que preguiça de fazer". o problema está tão grande que nesse texto trago as ideias "jogadas" não têm um encadeamento entre elas. de qualquer maneira, semana que vem será extremamente corrida e cheia de coisas pra fazer, caso eu não sobreviva, fica aqui minha despedida.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Eita 2011!

É começo de ano e já passei por um momento de nervoso nessa semana por causa de algo bem simples para mim: TCC. simples porque o meu TCC é a iniciação científica que eu fiz de 2009 a 2010, mesmo assim quase fiquei sem nota. o legal foi ver alguém que está em uma fase nova da vida, bem mais complicada que a minha, conseguir resolver a situação de tão longe e com tanta atenção. de qualquer maneira, nessa levada de nervosismo, o problema é que nesse momento me sinto irritado com as pessoas: ingratidão, descaramento, falta de companherismo, de sensibilidade, de respeito e assim por diante. tudo isso enquanto ouço belíssimas canções, acho que isso me faz sentir como as coisas são ilusórias. às vezes eu acho que não demostro suficientemente minhas insatisfações e digo muito "não foi nada", "sem problemas", "que isso! nada a ver". que cuidado eu mostro que se deve ter comigo? que valor eu me dou? eu sei que as pessoas que irão ler isso são aquelas que me respeitam e sabem o que sinto. eu vejo pessoas se afastando, mas que permanecem junto quando é conveniente. tudo isso porque não quer tentar resolver, trabalhar a coisa, não digo que é algo fácil e alguém pode dizer que já fiz isso um dia, mas não acho justo. parte de mim não quer afastamento, mas parte de mim não tem paciência. o que me enerva é olhar uma foto e pensar "por que não estou aí?" sendo que eu não dou a mínima para as pessoas da foto. às vezes queria que fosse possível desligar e ligar o pensamento quando quisesse. queria poder excluir algumas lembranças e pensamentos. queria outra vida, outros ares, me sinto estagnado. na minha bagagem levaria algumas pessoas (e animais), só não garanto que o percurso vá ser longo. queria conseguir ser realmente independente, largar algumas coisas e deixar elas irem, me desprender, me soltar e deixar levar, ser a favor do vento e tentar controlar menos a vela do barco e conseguir manter minhas decisões na hora do "vamo vê", só sei que agora a única coisa que consigo pensar é: fuck off!

sábado, 22 de janeiro de 2011

Um (quase) diário de bordo

No final desse ano que passou (entre o Natal e o Reveillon), eu e minha família viajamos para Minas Gerais. saímos de São José dos  Campos e seguimos para Juiz de Fora (+ ou - 6h de viajem!!). em Juiz de Fora moram padrinho e madrinha do meu pai, passamos em sua casa para visitá-los (nós nos hospedamos no SESC - MG pousada). eles nos receberam muitíssimo bem, fizeram pão de queijo na hora, tinha salame, enhoque, vinho, refrigerante, suco, água de coco, arroz, pernil, vários tipos de queijos... e o mais impressionante era que as coisas iam aparecendo sem serem percebidas, era desviar a atenção da mesa e algo novo aparecia, nem preciso dizer que tudo estava muito gostoso (me lembrou o filme "A Festa de Babette"). os anfitriões são um casal de idosos muito simpáticos, hospitaleiros, a impressão era a de que nos víamos todos os anos (nos vimos pela última vez em 2004), foi uma noite bem prazerosa. no dia seguinte, seguimos para Santa Bárbara, mas antes passamos por Congonhas (cidade onde estão as estátuas em pedra sabão que Aleijadinho fez dos profetas da Bíblia), é uma cidade pitoresca, o centro histórico fica na parte alta (lá que se localizam as esculturas), e vários cavalos são agrupados por lá. quando chegamos em Santa Bárbara, seguimos para o hotel ("Hotel Quadrado") e lá pudemos descansar. o hotel era muito bom também, o café da manhã muito bem preparado (queijo minas, pão de queijo, pão francês, sequilhos, café, leite da fazenda, suco de laranja e mais!! hahaha), as camas eram confortáveis, tinha tv a cabo (isso salvou nossa vida no dia que choveu hahaha) e o hotel era bem bonito também. perto dele fica a "Casa Afonso Pena", foi nessa casa que o presidente nasceu, hoje em dia é um museu em sua homenagem, até seu túmulo foi transferido para lá (é um pequeno mausoléu feito de mármore carrara com uma escultura de uma mulher chorando sobre o túmulo, simbolizando que a república chora a morte de Afonso Pena - ele morreu durante o mandato - e no teto da estrutura tem um vitral da bandeira do Brasil). na região de Santa Bárbara tem um parque ecológico que se situa na Serra do Caraça (de longe parece a cara de um homem), é um parque bem grande com diversas trilhas para fazer, alguns com cachoeira. antigamente funcionava um internato, mas pegou fogo há muitos anos e hoje em dia é um museu. tem uma igreja de 1700 e alguma coisa e embaixo dela tem umas catacumbas. nós fizemos uma trilha até uma capelhinha (maio decepção, 1/2 hora de caminhada e a capelinha fica fechada). de Santa Bárbara fomos para São João del Rei, mas antes passamos por Ouro Preto. Ouro Preto é uma cidade histórica muito interessante, as repúblicas de estudantes estão espalhadas por diversos locais e são identificadas por seu símbolo desenhado no portão da casa ou talhado em madeira ou confeccionado em metal na frente para ser de fácil identificação. o único problema é que para entrar nas igrejas precisa pagar. o problema não é o valor (de R$2 a R$6) o problema é pagar para entrar em uma igreja!! isso transforma o espaço em uma casa de comércio (certa vez, Jesus expulsou a chicotadas mercadores que estavam no templo fazendo comércio). São João del Rei é bem diferente de Santa Bárbara, é maior, com mais movimento. perto de lá fica Tiradentes, que é uma cidade pequena e com um comércio turístico bem grande! foi lá que "aprendi" o que é o artesanato mineiro. a virada do ano foi em São João del Rei, nós jantamos em um restaurante ali perto e depois seguimos para a suite na qual meus pais estavam registrados, lá tinha champanhe, algumas frutas e refrigerante. esperamos chegar a meia noite, nos abraçamos, ficamos vendo um pouco mais dos fogos que estavam sendo transmitidos pela tv globo e depois fomos dormir. no dia seguinte, voltamos para São José (5h de viajem!!!). sinto que essa viajem era o que precisávamos, deu uma renovada nas energias e me sinto com energia suficiente para o semestre que está chegando.